sincretismo e as religiões afro
O processo de colonização do Brasil foi marcado pela compra e pelo tráfico de africanos de diversas etnias, idiomas e culturas, com objetivo de utilizá-los como escravos. Quando chegavam, não possuíam mais seus nomes de origem e eram misturados entre si, de maneira proposital, para que não se entendessem e não provocassem tumultos contra seus dominantes. Pouco tempo após sua chegada, eles eram batizados novamente e obrigados a seguirem a religião católica, na época, a religião oficial do país.
A proximidade das culturas africanas e as condições que se encontravam facilitaram o entendimento do coletivo. Para não sofrerem agressões de seus senhores e para conseguirem realizar seus cultos, eles faziam parecer estar rezando para santos católicos, mas na verdade estavam fazendo referências às divindades de suas religiões.
As imagens dos santos católicos passaram a ser utilizadas como esconderijos. A partir disso surgiu o chamado “Sincretismo afro-católico”. Atrás de Santa Bárbara, por exemplo, estava à pedra de Yánsàn (divindade dos ventos e das tempestades). Também era sincretizado São Lázaro, com suas feridas e chagas, como Omolú, o orixá das doenças de pele. Yemanjá, a deusa que deixa sair do ventre a própria vida, é sincretizada com certas denominações da Virgem Maria, como Nossa Senhora da Conceição. Por ocorrer de maneira diferente nos diversos pontos do país, o sincretismo de um mesmo santo ou orixá não é, necessariamente, idêntico.
No ano de 1829 foram inauguradas diversas confrarias religiosas, controladas pela Igreja Católica, as quais diferenciavam as etnias africanas. Os negros denominados bantus formavam a Venerável Ordem Terceira do Rosário de Nossa Senhora das Portas do Carmo, da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, do Pelourinho. Os fons ou jejes pertenciam a Confraria Nosso Senhor Bom Jesus das Necessidades e Redenção dos Homens Pretos, da Capela do Corpo Santo, na Cidade Baixa. Já os yorubás ou nagôs dividiam-se nas seguintes Irmandades: Nosso Senhor dos Martírios (formada por homens) Nossa Senhora da Boa Morte (formada por mulheres).
REFERÊNCIAS:
STRECKER, Heidi. Candomblé e umbanda: Religiões africanas e sincretismo religioso. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/candomble-e-umbanda-religioes-africanas-e-sincretismo-religioso.htm>. Acesso em: 15 ago. 2018.
Pai Paulo de Oxalá. Como surgiu o sincretismo Afro-Católico. Disponível em: <https://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/pai-paulo-de-oxala/como-surgiu-sincretismo-afro-catolico-20802452.html>. Acesso em: 17 ago. 2018.
ISAIA, Artur Cesar. RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS, SINCRETISMO E REPRESENTAÇÃO TRIÁDICA DA NACIONALIDADE NO DISCURSO CATÓLICO BRASILEIRO PRÉ-CONCILIAR. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/debatesdoner/article/view/25783>. Acesso em: 17 ago. 2018.
DIAS, Renato Henrique Guimarães. 4 – SINCRETISMO RELIGIOSO E SUAS ORIGENS NO BRASIL (Parte 1). Disponível em: <https://estudodaumbanda.wordpress.com/2009/02/20/4-sncretismo-religioso-e-suas-origens-no-brasil-parte-1/>. Acesso em: 17 ago. 2018.