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Racismo vs Xenofobia

        Historicamente, a definição de raça consistia numa teoria que buscava defender a existência de características que podem diferenciar os homens por meio de suas detecções. Etimologicamente falando, a origem do termo vem do latim ratio, que significa categoria, sorte ou espécie. No entanto, em meados do século XVII, esse termo começou a ser empregado no sentido de assinalar e explicitar aquilo que são chamadas de “discrepâncias” existentes entre os “diferentes tipos humanos”. Foi aí então que a procura e a identificação das divergências físicas entre os homens deixou de ser um simples exercício de classificação e de identificação. A partir de tal momento, a distinção racial começou a servir para que certos cientistas defendessem a ideia de que havia a existência de raças “melhores” e “piores”.

    Já no século XVIII, as distinções raciais se limitavam à cor da pele, dividindo os grupos humanos entre as raças negra, branca e amarela. Mais a frente, foi visto que tais grupos foram se subdividindo cada vez mais e, mediante a tal situação, os discursos de supremacia racial eram incessantemente mais recorrentes, ou seja, havia-se, cada vez mais, a ascensão da ideia de que um grupo racial era superior ao outro. Além disso, foi visto que as reinterpretações da teoria de Darwin acabaram por legitimar uma hierarquia na qual a raça branca seria vista como o grau máximo do desenvolvimento físico e mental de todos os seres humanos. Com tal ideal na mente de milhares de pessoas, os asiáticos, mestiços e negros foram sendo colocados em patamares de menor grau de desenvolvimento gradativamente.

    De certo modo, pode se afirmar que o racismo floresceu em meio ao surgimento dos discursos supracitados, na intenção de justificar a superioridade de raças e legitimar a discriminação de caráter racial. Até os dias de hoje, muitas pessoas se referem ao racismo como o maior símbolo da vasta intolerância racial, o que, de certo modo, pode ser compreendido, tendo em vista todas as ocorrências que o racismo e suas respectivas ideologias acarretaram. Porém, existe outro principal tipo de crime racial pouco debatido nos dias atuais, que é a xenofobia, de maneira que, por inúmeras vezes, esta é confundida com o racismo e deixada de lado como um mero termo semelhante a tal.

     A xenofobia é originada do grego xénos, estrangeiro, e phóbos, temor, ou seja, “aversão ao que é estrangeiro”. Ser xenofóbico, portanto, teria uma dimensão mais emocional aparentemente. Contudo, na prática, acaba por se confundir o termo xenofobia com racismo, uma vez que ambos possuem em comum a ideia de preconceito.

     Portanto, tem-se que, a principal diferença entre a xenofobia e o racismo é que o “xenofóbico” é um pouco mais suavizado em seu termo do que o “racista”. Isso é explicado porque a xenofobia está atrelada ao medo (phobia) do contato com o exterior, do que é proveniente de fora, o que, por sua vez, evoca o discurso segregacionista. Em contrapartida, o racismo encontra-se relacionado com um desejo de esmagamento e com um determinado nojo do que é discrepante, isto é, do indivíduo ou da comunidade de outra etnia.

 

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REFERÊNCIAS:

 

SOUSA, Rainer Gonçalves. Racismo: O racismo incorporou questões de ordem cultural ao longo de sua história. Disponível em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/racismo.htm>. Acesso em: 29 ago. 2018.

 

FREITAS, Eduardo de. Xenofobia social: A xenofobia social designa formas de preconceitos e está relacionada principalmente com o preconceito a pessoas oriundas de outros países. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/xenofobia-social.htm>. Acesso em: 29 ago. 2018.

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COSTA, Bruno. Racismo vs. xenofobia. 2006. Divulgado pelo Instituto Universitário de Lisboa. Disponível em: <https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/racismo-vs-xenofobia/17638>. Acesso em: 29 ago. 2018.

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