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O HOLOCAusto

    De origem grega, a palavra “holocausto” significa "sacrifício pelo fogo", e representou, no período da Alemanha nazista, a perseguição e o extermínio sistemático, burocraticamente organizado e patrocinado pelo governo nazista.

      Após chegarem ao poder em janeiro de 1933 na Alemanha, os nazistas passaram a pregar a ideologia de Hitler, a qual dizia que os alemães eram "racialmente superiores" aos judeus, que eram considerados uma ameaça externa à chamada comunidade racial alemã, e aos demais grupos ditos como “inferioridade racial”, sendo eles os ciganos, deficientes físicos e mentais, alguns povos eslavos (poloneses e russos, entre outros), comunistas, socialistas, as Testemunhas de Jeová e os homossexuais. Dessa forma, o governo de Hitler passou a pregar o ódio contra quem impedia tal pureza racial dentro de seu território.

       No início do regime nazista, duas leis distintas foram aprovadas em setembro de 1935 e são conhecidas coletivamente como “Leis de Nuremberg”, sendo elas a Lei de Cidadania do Reich e a Lei de Proteção do Sangue e da Honra Alemã. Estas leis incorporavam muitas das teorias raciais que embasavam a ideologia nazista, e possibilitaram a perseguição sistemática dos judeus. Assim, no período de 1933 e 1939, mais de 50% das propriedades dos judeus foram apreendidas, e estes foram levados aos chamados guetos, que eram cidades que os isolavam e os mantinham até serem levados aos campos de concentração.

       Durante esse período inicial, a população alemã apenas acreditava que os judeus, principal grupo perseguido, eram a causa da desigualdade, e por isso eram levados para outro lugar. Tal pensamento era teoricamente comprovado por meio de propagandas promovidas pelo governo, sendo que um fotógrafo de campanha nazista ia até os guetos e fotografava mentiras que mostravam a desigualdade entre os próprios judeus.

       Em outros países, seguindo a mesma ideologia de exterminar raças consideradas impuras, as chamadas unidades móveis de extermínio, Eisantzgruppen, tinham entre suas atividades a tarefa de assassinar estas pessoas e também aquelas suspeitas de serem inimigas raciais ou políticas do nazismo. O ano de 1941 foi marcado pelo extermínio em massa na Ucrânia, inúmeras pessoas foram mortas a balas, na Lituânia, 8000 pessoas foram fuziladas no 3° dia de celebração judaica incluindo mulheres e crianças, e na União Soviética, com a chamada Operação Barbarossa.

      Com os guetos completamente cheios, como o de Varsóvia que abrigava mais de 500.000 pessoas, os grupos passaram a ser levados para os campos de concentração, que foram criados logo após a nomeação de Hitler como chanceler, em janeiro de 1933, e já estavam em funcionamento no final de 1939, sendo eles: Dachau, primeiro campo de concentração, Sachsenhausen (1936) ao norte de Berlim, Buchenwald (1937) perto de Weimar, Neuengamme (1938) perto de Hamburgo, Flossenbuerg (1938), Mauthausen (1938) e Ravensbrueck (1939).

        Antes de irem ao seu segundo destino, as pessoas recebiam roupas listradas marcadas, com um símbolo triangular de acordo com falsos motivos para serem presas, para então poderem trabalhar como escravas até a sua morte. Por exemplo, se o triangulo fosse vermelho, o individuo era considerado um preso político. A junção de todos os triângulos formava uma estrela de Davi.

     No inicio de 1942, 80% dos indivíduos mantidos nos guetos ainda estavam vivos e sendo transportados em trens até determinado campo, fazendo com que os alemães começassem a suspeitar da tragédia que estava por vir. Antes de esta acontecer, houve uma conferência para autorizar as mortes, esvaziar os guetos e organizar as deportações em outros países, a chamada conferência de Wansee. Entre 1941 e 1944 as autoridades nazistas alemãs realizaram inúmeras deportações de judeus da Alemanha, dos territórios ocupados e dos países aliados, com objetivo de livrar a Europa da raça impura, e os mantiveram nos campos de concentração, que eram separados de acordo com o sexo dos prisioneiros, e serviam principalmente como centros de detenção e de trabalho forçado. Além do uniforme marcado com símbolo e números como identificação prisional, os prisioneiros tinham sua cabeça raspada. Após determinado tempo, um pequeno grupo era levado para os chamados campos de extermínio, que foram criados principalmente fora do território alemão, como na Polônia, para que os assassinatos em massa fossem mais eficazes, sendo o campo Auschwitz o mais mortífero.

      As SS, guarda pessoal de Hitler, e a polícia alemã assassinaram cerca de 6 milhões de pessoas nos campos de extermínio, seja utilizando o método de asfixia, criado pela emissão de gases, ou por fuzilamento. Segundo alguns relatos, um alemão vestido de medico chegava ao campo, pedia desculpa pela situação que estavam passando, e chamava algumas pessoas para tomarem um banho. Somente dois minutos após ligarem o gás dentro das câmaras que as pessoas começavam a morrer. Em seguida, os corpos eram levados para serem cremados.  

       Em 1933, a população judaica europeia era composta por mais de nove milhões de pessoas. Em 1945, nove anos após, os alemães e seus colaboradores haviam assassinado aproximadamente dois entre cada três judeus europeus através da operação denominada "solução final”.

      Com o fim da Segunda Grande Guerra e a Alemanha derrotada, muitos oficiais do exercito alemão tentaram assassinar os concentrados para evitarem a descoberta das atrocidades praticadas. Entretanto, as tropas francesas, britânicas e norte-americanas conseguiram expor a grande carnificina protagonizada pelos nazistas, e julgar os principais líderes no Tribunal Militar Internacional na cidade de Nuremberg, Alemanha.

    

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REFERÊNCIAS: 

 

ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO. O HOLOCAUSTO (ARTIGO RESUMIDO). Disponível em: <https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10007867>. Acesso em: 30 jul. 2018.

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ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO. AS LEIS DE NUREMBERG. Disponível em: <https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10007902>. Acesso em: 30 jul. 2018.

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ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO. GUETOS. Disponível em: <https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10005059>. Acesso em: 30 jul. 2018.

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ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO. EINSATZGRUPPEN (UNIDADES MÓVEIS DE EXTERMÍNIO). Disponível em: <https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10005130>. Acesso em: 30 jul. 2018.

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ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO. CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NAZISTAS, 1933-1939. Disponível em: <https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/media_nm.php?ModuleId=0&MediaId=282>. Acesso em: 30 jul. 2018.

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ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO. CAMPOS DE EXTERMÍNIO: VISÃO GERAL. Disponível em: <https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10005145>. Acesso em: 30 jul. 2018.

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